A sonolência excessiva diurna (SED), também conhecida como hipersonia, trata-se da incapacidade de permanecer acordado(a) ou em alerta durante o dia.

Neste caso, a doença resulta em uma sonolência anormal e por lapsos de sono não intencionais.

No entanto, esta sonolência diurna não deve ser confundida com fadiga, outro distúrbio que diminui a eficácia do sistema motor e mental.

A fadiga diminui a produtividade da pessoa e faz com que as atividades sejam executadas de forma mais lenta, gerando doenças ocupacionais distintas.

Além disso, ao contrário da sonolência excessiva diurna, a fadiga exige apenas repouso e não o sono.

Pessoas que sofrem com apneia obstrutiva do sono, insônia e outras doenças do sistema nervoso central são as mais suscetíveis para a ocorrência da doença.

Porque a SED é considerada uma doença 

A Sonolência Excessiva Diurna possui gravidade variável em cada caso, atingindo desde o estado de sonolência leve até uma sonolência mais gravíssima.

Quando isso acontece, pode causar consequências como amnésia, comportamento automático e lapsos involuntários de sono.

Sendo assim, é considerada uma patologia quando os sintomas estão presentes a mais de 3 meses.

Por sua vez, os pacientes que sofrem de sonolência excessiva durante o dia devem passar por uma consulta com um especialista em sono.

Incidência e Sintomas 

A SED atinge de 10% a 25% da população geral e de acordo com pesquisas científicas têm maior incidência entre os homens. Ela está associada a sintomas como:

  • Sono em excesso durante o dia;
  • Perda da capacidade de concentração;
  • Aumento do estresse e irritabilidade;
  • Piora da qualidade de vida.

Outros sintomas podem acontecer como tontura, vontade de desmaiar ou queda na pressão.

As pessoas diagnosticadas com a SED correm maior risco de acidentes no trânsito ou durante a execução de trabalhos com equipamentos de risco.

Como reconhecer a SED

A facilidade para pegar no sono durante o dia é o primeiro sinal de que a SED está acontecendo com o paciente.

Logo, outros sinais como estresse elevado ou olhos avermelhados na maior parte do tempo são sinais que não devem ser ignorados.

No entanto, a pessoa pode apenas apresentar sono excessivo, o que já é um sinal importante.

Além disso, noites mal dormidas, poucas horas de sono ou hábitos noturnos inadequados podem causar a SED e podem ajudar na maior facilidade dos sintomas.

Portanto, é preciso estar atento(a) para identificar se a SED não está sendo causada por algum destes motivos.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da análise clínica e por meio de exame físico detalhado, que inclui detalhamento do sono,  abordagem temporal e o impacto da sonolência no dia seguinte.

Entretanto, fatores como obesidade, hipertensão arterial, e alterações na circunferência do pescoço e na anatomia do espaço retrofaríngeo e na estrutura do maxilar devem ser considerados.

Pois essas condições estão relacionadas à síndrome da apneia obstrutiva do sono, que pode ser uma das causas da sonolência diurna.

Avaliação Subjetiva

A avaliação subjetiva tem como propósito detalhar as causas da ocorrência da doença.

Dessa maneira, ela é feita com a ajuda de escalas e questionários como a Escala de Sonolência de Epworth e a Escala de Sonolência de Stanford, por exemplo.

Com relação aos métodos subjetivos, estes são aplicados quando necessários e incluem a polissonografia, teste das latências múltiplas do sono e o teste de manutenção da vigília.

Contudo, é importante saber que o diagnóstico da SED é bem complexo, pois ela pode ser causada por diversos motivos.

Todavia, a inexistência de marcadores biológicos contribui para a dificuldade no diagnóstico, com exceção da narcolepsia tipo 1.

Principais causas 

Existem 3 tipos de causa para o aparecimento dos sintomas da SED:

  1. Hipersonias primárias de origem central: narcolepsia e hipersonia idiopática;
  2. Hipersonias Secundárias: privação de sono, distúrbios respiratórios, alterações no ciclo circadiano e distúrbios de movimento sono-relacionados;
  3. Condições médicas e psiquiátricas: Doenças neurodegenerativas, depressão e efeito colateral de medicamentos.

Relação da SED com as doenças do sono 

As doenças e distúrbio de sono aumentam as chances da ocorrência da SED.

Por este motivo, a maior parte dos pacientes diagnosticados com a patologia apresentam algum tipo de distúrbio do sono.

Contudo, o destaque fica para a síndrome das pernas inquietas (SPI) e apneia do sono, as principais doenças do sono relacionadas a SED.

O tratamento para estes casos é feito de forma individualizada e baseado na gravidade dos sinais e sintomas.

SED desencadeada por Doenças Clínicas e Psiquiátricas

Diversas doenças clínicas e psiquiátricas podem ser o estopim para o aparecimento da SED.

Neste caso, a coexistência de qualquer uma delas agrava o quadro e favorece o aparecimento do sono diurno.

Por exemplo, um paciente que possui hipotiroidismo pode ganhar peso e consequentemente piorar o quadro de apneia do sono, fazendo com os sintomas da SED apareçam com frequência.

Além disso, diversas outras causas clínicas podem piorar a SED, como anemia ferropriva, Parkinson, Síndrome de Cushing, insuficiência renal ou hepática, fibromialgia entre outras.

Também é necessário atenção às doenças psiquiátricas, como depressão, casos de ansiedade e doenças do humor.

A depressão por exemplo, pode gerar a SED, causando prejuízos funcionais nos pacientes. 

Da mesma forma que a SED pode gerar depressão, devido à diminuição da funcionalidade.

SED por uso de Medicamentos

Vários medicamentos podem aumentar o risco de aparecimento da doença. O uso de drogas lícitas e ilícitas deve sempre ser avaliado durante o diagnóstico da SED.

Nesse sentido, o profissional deve questionar o paciente sobre o uso de álcool, maconha, sedativos ou hipnóticos, antialérgicos,  anticonvulsivantes e antidepressivos, que podem interferir no quadro da SED.

Caso algum desses medicamentos interfira na ocorrência dos sintomas, é indicado a retirada do uso, de acordo com cada quadro clínico.

Portanto, é necessário estabelecer uma relação risco X benefício segura, evitando a abstinência ou o aparecimento de reações indesejadas nos pacientes.

Sonolência Excessiva Diurna de Origem Central

Na hipótese dos sintomas da SED virem acompanhados de outros sintomas associados como cataplexia, hiperfagia ou hipersexualidade é preciso investigar a ocorrência da SED de origem central.

Por sua vez, as principais causas para a SED de origem central são a narcolepsia, hipersonolência idiopática e a Síndrome Kleine-Levin.

Tratamento

Independente do tipo de SED que for diagnosticada, o tratamento visa melhorar a qualidade de vida do paciente.

As principais opções apostam na terapia cognitivo comportamental e mudanças no estilo de vida do paciente e devem ser realizadas com a ajuda de uma equipe multidisciplinar.

Por fim, a prescrição de medicamentos antidepressivos e de ação estimulante como o Modafinil não é descartada.

Portanto, deve-se prestar atenção nos primeiros sinais da doença, para que uma avaliação seja feita o quanto antes e impeça a ocorrência de problemas graves na vida dos pacientes diagnosticados.

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