Monotonia e repetitividade são dois riscos ergonômicos, mas que acabam passando despercebidos em relação a outros fatores que podem interferir nas características físicas e psicológicas do trabalhador.
Risco ergonômico é tudo aquilo no ambiente de trabalho que lhe causa desconforto ou afeta sua saúde. Identificá-los é fundamental para desenvolver práticas que possam reduzir sensivelmente qualquer desconforto aos profissionais.
Daí a necessidade de reconhecer que determinadas situações, aparentemente comuns, são riscos em potencial para o trabalhador. Entenda!
O que é monotonia e repetitividade no ambiente organizacional?
Primeiro vamos ao conceito desses dois pontos e como eles impactam no cotidiano dos colaboradores:
Monotonia
Refere-se a um esforço repetitivo em uma determinada função. Atividades que pouco favorecem a motivação, são burocráticas ou cujo ritmo é bastante intenso pode fazer com que os colaboradores não tenham o devido interesse na execução de suas tarefas.
A monotonia surge a partir do momento em que o funcionário passa muitas horas desenvolvendo as mesmas atividades, de forma repetitiva e com poucos estímulos. É inclusive associada com o tédio e uma ação no “piloto automático”.
Basicamente, o trabalhador está presente apenas fisicamente, enquanto sua mente busca meios de escapar daquela situação, o que afeta sensivelmente sua produtividade. Um exemplo são tarefas burocráticas ou que exigem muita atenção, mas que ao mesmo tempo não há qualquer mudança.
A falta de desafios é o ponto crítico da monotonia, que afeta inicialmente a motivação do trabalhador, mas também contribui para seu desgaste físico e emocional, justamente por fazer a mesma coisa todos os dias e sem perspectiva de mudança.
Em um estágio mais avançado ele se sente inútil para a empresa que trabalha. Isso compromete sua saúde psicológica, visto que está suscetível a distúrbios psicológicos, como estresse, ansiedade e depressão.
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Repetitividade
A repetitividade, como o nome sugere, diz respeito aos movimentos e atividades laborais em sequência, repetitivos diversas vezes. Essa repetição compromete tanto a parte física, quanto psicológica.
Na parte física, afeta o sistema musculoesquelético, levando a lesões e inflamações, a exemplo de tendinite, bursite, lombalgias, além de dores na coluna. Para se ter uma ideia, a maior parte dos problemas relacionados a LER – Lesões por Esforço Repetitivo Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são consequências do esforço da repetitividade de ações no ambiente de trabalho.
Já do ponto de vista psicológico, há o risco de baixa autoestima, estresse, ansiedade e depressão.
Qual a relação de monotonia e repetitividade com ergonomia?
Em geral, a ergonomia tem como objetivo manter o trabalhador saudável e atua em várias frentes: ambiente seguro, uso adequado de ferramentas, treinamento, entre outras ações que melhoram as condições laborais dos colaboradores.
Deve ser uma constante nas empresas, não só porque afeta a produtividade dos trabalhadores, mas também para manter o compromisso da organização com a saúde de seus funcionários.
Neste sentido, uma série de medidas devem ser desenvolvidas para reduzir não somente a monotonia e repetitividade, mas também todos os campos que representam um risco no trabalho.
Como evitar a monotonia e repetitividade?
Entre essas medidas, podemos ressaltar:
- Estabeleça pausas frequentes;
- Ofereça intervalos de atuação;
- Ofereça a ginástica laboral para fortalecer músculos e articulações;
- Varie ações quando possível para diversificar a atuação no trabalho;
- Desenvolva novos processos com novas formas de desenvolver a mesma tarefa;
- Busque automatizar determinadas tarefas para reduzir o esforço dos funcionários;
- Busque delegar tarefas mais complexas aos profissionais mais experientes;
- Dialogue com os funcionários a respeito das tarefas e como elas podem ser otimizadas;
- Promova programas de conscientização dos funcionários quanto às práticas que reduzem a monotonia e repetitividade.
Também é importante abrir o espaço para que esses colaboradores possam apresentar soluções em suas respectivas áreas. São profissionais que já conhecem seu setor e as práticas e são justamente eles os mais capacitados para apresentar melhorias nas operações que estão habituados a fazer.
Mais do que uma forma de reduzir os problemas físicos e psicológicos, a participação ativa desses colaboradores é importante para outras questões de gestão, como redução de custos, maior produtividade, entre outras ações que representam uma vantagem competitiva para a empresa.
Os gestores têm a oportunidade de reverter uma situação ruim em uma boa, capaz de aumentar o interesse dos empregados e fazê-los sentirem mais importantes para a organização e isso reflete em números positivos.
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