Sim, existem diferenças entre as enfermidades consideradas como doença do trabalho e como doença ocupacional. Em geral, estão associadas à forma como foram adquiridas, se em função do cargo que desempenham ou das condições do ambiente.
Independente de sua categorização, essas doenças exigem atenção dos empregadores e dos funcionários. O intuito é reduzir as chances desses casos ocorram, por meio da conscientização e adequação às normas trabalhistas.
Continue lendo o post, entenda a diferença entre os dois grupos, quais as condições mais comuns, entre outros pontos importantes. Acompanhe!
Qual a diferença entre doença do trabalho e doença ocupacional?
A Lei 8.213/1991 define como doença ocupacional (ou doença profissional) como toda a doença “produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”
Em outras palavras, a doença ocupacional é aquela ocasionada pelo exercício da função do funcionário e está diretamente relacionada com a atividade que o profissional desempenha. Um exemplo é a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) quando associada a um movimento repetitivo.
Entre as principais doenças ocupacionais estão:
- Dorsalgia – dores na região torácica posterior (dores nas costas). Está associada à estrutura óssea, musculatura, tecidos e órgãos internos da região. A causa mais frequente é a postura e atividades que exigem carregar ou levantar peso.
- Hérnia – existem diferentes tipos de hérnia, como deslocamento de órgãos internos ou o lesão na região lombar.
- Neoplasia – tumor (diferente de câncer), causado principalmente pela exposição solar sem proteção, tabagismo ou exposição a agentes nocivos.
- Discos Invertebrais – degeneração ou roturas nos discos;
- Problemas nos joelhos – lesões e artrose, comumente causada por esforço repetitivo, levantamento de peso e longas horas de trabalho.
- Depressões e Episódios Depressivos – incluem também doenças psicológicas como síndrome de burnout e ansiedade.
- Lesões no Ombro – causadas principalmente por esforço repetitivo.
- Varizes – refere-se ao extravasamento do sangue das veias para os tecidos, geralmente acompanhadas de dores e edemas. A principal causa é passar muito tempo em pé ou na mesma posição.
A mesma legislação define a doença do trabalho. Segundo a lei: “doença desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”.
São enfermidades decorrentes do ambiente em que o profissional está exposto. Um exemplo é aquele profissional que perde a audição devido a exposição prolongada a ruídos no ambiente em que trabalha.
Entre as principais doenças ocupacionais estão:
- Cefaleias – dores de cabeça em episódios constantes. É considerado uma doença neurológica que pode incapacitar o trabalho de executar suas tarefas ou atividades do cotidiano;
- Câncer de pele – carcinoma e melanoma são os mais comuns. A causa é o excesso de exposição solar sem proteção;
- Perda de audição (surdez temporária ou definitiva). Quando definitiva,as células sensoriais do órgão Corti não conseguem se regenerar após danificadas;
- Algumas doenças respiratórias (asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Bissinose, Câncer de pulmão, etc);
- Algumas doenças relacionadas à visão (vista cansada, síndrome do olho seco e glaucoma;
- Dermatose ocupacional – são alterações de pele ou mucosa causada ou agravada por agentes relacionados ao ambiente de trabalho. Geralmente acomete profissionais que manuseiam óleos mecânicos ou graxas.
Como evitar as doenças do trabalho e ocupacionais?
Doenças do trabalho e ocupacionais estão entre as principais causas de afastamento de colaboradores. Isso exige uma série de medidas, programas de capacitação e constante aperfeiçoamento de acordo com as atividades executadas e seus riscos.
Evite longas jornadas de trabalho
Ter disciplina quanto carga horária de trabalho é fundamental para evitar doenças do trabalho e ocupacionais. Por mais flexível que seja a jornada, empresa e funcionários devem respeitar as jornadas, os intervalos, evitar longas horas extras ou muitos dias sem folga.
Ofereça equipamentos ergonômicos
Serve para equipamentos, mobiliários e demais ferramentas. O intuito aqui é proporcionar um ambiente e condições aos colaboradores, evitando acidentes, enfermidades, absenteísmos, cansaço excessivo e como consequência aumentar a produtividade de seus colaboradores.
É muita coisa que pode ser evitada com equipamentos projetados para as funções desempenhadas.
Ginástica laboral
Pode parecer difícil de acreditar, mas a ginástica laboral é capaz de trazer uma série de benefícios aos colaboradores. Melhora o sistema cardíaco, circulatório, respiratório, muscular e esquelético, reduz a fadiga, reduz as chances de doenças ocupacionais, aumenta a concentração, melhora a disposição, entre outros.
São apenas alguns exercícios com curta duração. Neles são utilizadas técnicas de respiração, alongamento, etc.
Cuidados com a postura
Estimular os colaboradores a cuidarem da postura. É importante não apenas manter os ombros retos, mas também cuidar da posição dos joelhos e pés. Esses cuidados evitam dores nas costas, discos vertebrais, hérnias e dores nos membros inferiores.
Cuidados com a alimentação
Estimular a alimentação saudável e consumo consciente de água também evita uma série de doenças, como colesterol alto, hipertensão, sobrepeso, que não são doenças ocupacionais ou do trabalho, mas podem contribuir para seu surgimento.
Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
É obrigação das empresas utilizarem os equipamentos de proteção individual dentro do local de trabalho ou em saídas em que os profissionais continuam desempenhando suas funções.
Cada função exige equipamentos individuais específicos, que além de prevenir a maior parte dos acidentes de trabalhos, também evitam o surgimento de doenças ocupacionais.
Uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs)
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), como o nome sugere, têm a função de proteger os trabalhadores durante o exercício do trabalho em ambientes que oferecem quaisquer tipo de riscos à saúde e segurança física dos trabalhadores.
Ambos, EPIs e EPCs, precisam ser de qualidade, atender as demandas do trabalhador, estarem em constante manutenção e atualização. Além disso, é obrigação das empresas oferecerem capacitações sobre a importância desses equipamentos, bem como seu uso correto.
Consultas preventivas
É melhor prevenir do que remediar. Esse ditado deve traduzir as preocupações dos gestores com seus colaboradores. O objetivo é analisar o histórico do paciente, suas queixas, realizar exames e definir hábitos preventivos para suas atividades.
A empresa ganha bastante, evita afastamentos, absenteísmos e principalmente, causas recorrentes de doenças do trabalho ou ocupacionais.
Quer saber mais? Mantenha a saúde ocupacional da sua empresa em dia com os serviços da Clinimed.
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